14 setembro 2015

Para acabar com a Crise? Taxar as grandes fortunas e combater a sonegação

Não é de hoje que venho comentando sobre o assunto. O Brasil, todos sabemos, é um dos países de maior desigualdade social do mundo. Não é que não temos dinheiro ou riquezas. Temos de sobra. O problema, óbvio, é que estas riquezas produzidas se concentram nas mãos de muito poucos, que nunca deixam de lucrar, seja na crise ou fora dela, que, por terem o dinheiro, têm o poder, e, tendo o poder, impedem que a situação se modifique. Todos sabem disso. Ninguém fala nada. Por quê? É só verificar, por exemplo, a porcentagem de ricos entre nossos deputados que fazem e votam as leis.

O problema é que quem ganha muito dinheiro ganha em cima da exploração de outros. Para alguém ganhar, alguém tem que perder. É matemático. Se alguns têm dinheiro demais, é porque outros não têm quase nada. Já escreveu Balzac: "Por detrás de uma grande fortuna há um crime". E um desses crimes é a sonegação. Sonegação é roubo. Alguns dizem que é justo sonegar porque se paga imposto em demasia. Se o imposto fosse devolvido, no momento da compra, ao consumidor, que é quem realmente paga essa demasia de imposto, tudo bem. Mas o sonegador não devolve. Embolsa dinheiro que não é dele. Ou seja, rouba. Segundo Amir Khair, Mestre em Finanças Públicas, a taxação de grandes fortunas renderia em torno de 100 bilhões de reais aos cofres públicos todos os anos. Confira AQUI.


Por esses e outros motivos, taxar as grandes fortunas é muito mais que um ato de coragem e vontade política. É um ato de justiça que o povo brasileiro merece há muito tempo. Mas o mais triste é que ainda há pobres que são contra tais medidas. Culpa da ignorância, é claro. Durante séculos foram condicionados a "adorar" o seu "senhor", o patrão, que lhes dá uma "oportunidade" de trabalhar, como se o patrão não dependesse do trabalhador para construir sua riqueza. Foram adestrados a amar quem os explora e a beijar o chicote que lhes açoita. Encerro com um trecho de um texto do escritor, professor e jornalista, Juremir Machado da Silva, que pode ser conferido na íntegra AQUI:

"Na lista (da Operação Zelotes) estão empresas gaúchas: RBS, Gerdau e Marcopolo. A RBS teria pago R$ 15 milhões por fora para não ter de entregar R$ 150 milhões ao fisco. O rombo apurado pela Zelotes bota o da Lava-Jato no chinelo: mais de R$ 600 bilhões.
A Zelotes mexe num pulgueiro. Muita gente boa acha que sonegar não é crime. Nas manifestações verde-amarelas contra Dilma, em março, abril e agosto, havia cartazes defendendo que sonegar é ato de legítima defesa. O assunto dificilmente chega às manchetes dos telejornais globais. Mesmos os parlamentares não se ocupam dele. A grande exceção é deputado gaúcho Paulo Pimenta (PT)."



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