19 maio 2015

Soneto de Confissão

Eu confesso que não passo de um mísero,
admito a maldade e o eu egoístico,
sou um errático consciente do abísmico
e sei deste horror que assola meu ímpeto.

Qual humano se escancara de hipócrita?
qual ser medíocre é que arranca sua máscara?
eu, que atinjo essa indiferença máxima
deixo sangrar minha inútil carótida.

Da humana raça me afirmo inimigo:
sobe-me à goela um reflúxico grito
e fervem-me ânsias nos brônquios do peito.

Há cuspe em todas as letras que digo
e mais vícios nos meus olhos malditos
do que erros por meu caminho mal-feito.

Um comentário:

Anônimo disse...

Sua genealidade e profundidade com que escreve é realmente facinante, Al Reiffer.