21 abril 2015

Longe do Centro*

no meu vale
valho-me
do que está à margem
límpida e líbera
miragem
libertária

visionária
argila criadora
à beira
do que correnteza
intocada pela humana pata
apática
e rasteira

ou barro de margem de lago
de onde se molda o novo
o vasto
e o alto

dos centros
sempre distante
avante
aproximo-me
de meu ser central
e que deixe
à sociedade canalha
um banho de metralha

tudo vale a pena
se se cria
no que se extrema

arte
é o que (não) se vê
por dentro:

antes o longe
dos horizontes das margens
do que os enfeites do centro

*Poema reelaborado e republicado.

Nenhum comentário: