06 agosto 2012

Não, pelo Contrário

a palavra
quando bem dita
(e sempre melhor se maldita)
é o que não se espera dela:
a palavra que fala
é a que não está escrita

um pulso do que se passa
de outro lado por outro além
sombra cristalina
do que não se encontra
desde o submerso da atlântida
até as muralhas da china

a minha palavra
que agora te intenta atingir
tingi-te de outro vinho
algo a mais que (dis)tinto
que tu não vês:
a poesia é um invisível assangrado
entre o de mim
e o em vocês

surge do que não se quer
amargo do que não se aceita:
poesia que é tanto mais sublime
quanto mais a vida é imperfeita

a poesia
é um ar que trago
mas não respiro
por isso que errei em tudo
para acertar com  a palavra
como se fosse um tiro

4 comentários:

Carla Diacov disse...

Não errou não!!!


Lindo, querido!!!


Beijão!

Davi Machado disse...

beleza cara!
legal o jogo de palavras, em especial o do vinho hehe

Antônio LaCarne disse...

incrível o poema, parabéns! :)

Anônimo disse...

Esse poema é ótimo! Dá gosto de ler, e concordo com o que diz.

Beijo.