03 abril 2010

Agora é Tarde...

morreste
e já não sabes
que não és o que foste
e talvez nem foste
aquilo que em ti te morreste
deixaste acabar-te os olhares
e quando olhaste ao acima
já te estavas abaixo
do palmo a palmo do sonho enterrado

morreste
e por morreres pensas que vives
temendo tudo que é alto
te contentaste em varrer o teu pó
deixaste escorrer os teus astros
desbotaste todas tuas noites
naufragaste pelos teus castelos
e defecaste sobre teus lagos

e tudo isso enquanto sorrias
por entre as certezas suínas
que enlamearam o céu da tua boca
enquanto degustava o açúcar...

fitaste a arte
com os olhos fechados...

morreste
e agora já é tarde:
teu sol já não bate
e teu peito não arde.

8 comentários:

Renata Magalhães disse...

Que poema lindo! Seu blog é uma graça, cheio de inspiração e bem o estilo de alguém que enveredou pelo caminho das letras e suas dependências. Parabéns!

Denise Portes disse...

Linda e triste!
Você é mesmo um grande poeta menino bonito!
Um beijo
Denise

Micheli Pissollatto disse...

Nossa, fiquei um tanto pasma com a intensidade desse poema. Realmente lindo!

Elaine Barnes disse...

Lindo, triste, forte e profundo. Muito bom! Feliz Páscoa e renascimento amigo. Montão de bjs e abraços

Walmir disse...

em forma de poesia, os destemperos da vida ganham intensidade. muito bom.
abraço
Walmir
http://walmir.carvalho.zip.net

Anônimo disse...

Gostei do poema.

Obrigada pela visita =).

Beijo.

Sylvia Araujo disse...

Muito bom, rapaz. É preciso viver, sentir, amar, sofrer, antes que seja tarde demais para ser.

Beijomeu

Anônimo disse...

Adorei! Lindo poema.