15 maio 2009

Poema ao Frio

Vento glacial e franco
do meu fracasso
fremente fúria invernal
sopra em minha frustrada febre
gela minha frente e sangue
neva em minha frase frágil
em minhas ânsias sem freios
pelas névoas infrenes
que fruem da lua forte
despedaçadas em frutos negros
das frondes fantasmagóricas
em noite fria de beijo em gelo
geada frenética sobre meu peito
em minha fronte trágica
em desgraça frígida
em lufada cáustica:
é em tua friagem que me ergo
em tua frieza que me alargo...

Frio! meu antimundo abrigo
agora que tudo que amo morre
traze teu frêmito a morrer comigo.

5 comentários:

M. D. Amado disse...

Não tenho competência para tecer um comentário de acordo. Só tenho a dizer que é lindo!

Agnes Mirra disse...

Maravilhoso! Aqueceu minha alma...

Agnes Mirra disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Micheli Pissollatto disse...

Mas bah, perfeito!

Brutal Morticínio disse...

Profundo, melancólico