18 dezembro 2008

O quê?

não entenda nada do que digo
não digo nada para ser entendido
o nada é o que tenho a dizer
que eu nada tenho de nada
e meu nada tem só dúvida
eu todo sou nada e dúvida
pergunta de nada no cosmos...

veia de sonhos rebentou-me nos olhos
desejo último em cadeira elétrica
beijo de lâmina ao lábio enforcado
teu olho brilhou-me em aviso de raios
onde caiu tudo o que eu soube?
clarão de ocaso antes da noite
canto de cisne antes da chuva
vela de rosas acesa em tormenta
por onde é que voa tudo que eu verso?
um sopro de urgência tua alma me traz
mas em cuspes de deuses jamais te confessas
onde é afinal que tu estás?
dá-me tua mão ou as tuas promessas...

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