28 dezembro 2008

Mas...

“Ah, mas então tudo será baldado?
Tudo desfeito e tudo consumido?”

Cruz e Sousa

mas então
restará só uma promessa
pairando impassível
sobre o branco impossível do nada?

sentidos de alma
pedaços de estrela
tormentas de olhos
distâncias de amor
voando em vazio?

tuas asas não batem?
tua estrada não leva?
tuas flores não cheiram?
teu canto não canta?

e os altos de campos de sóis pelos cosmos?
e os lagos de olhares que um dia subi-me?
e os beijos nos ares que em sonho encontrei-te?
e as luzes eternas do Réquiem em que vivo?

mas então...
não?

Um comentário:

Micheli Pissollatto disse...

Lindo, marcante, emocionante! Amei este texto. Parabéns!