28 outubro 2008

Soneto Noturno

Ah, que Tristeza flutua nos luares,
mais agora que o mundo vai morrendo,
e um vulto envolto em sonhos pelos ares
em raios e grinaldas vem descendo...

Nos teus olhos sinto anjos florescendo...
dou-te a alma se à noite me beijares
no perfume que o escuro vai tecendo
aos fantasmas que em névoas vêm aos pares.

E em mim gotejam almas: noite nua
nas árias lutulentas que cantaste,
na febre, na loucura que flutua...

És sangue de rosas, espinhos da haste,
a alma da morte, veneno da lua...
Ó Noiva! Foste tu que me mataste!

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